Boa manhã de segunda! O post vem com atraso por motivo de força maior. Fui ver o Mar, passei o fim de semana em João Pessoa.
Dias atrás falei de minha amizade pela Lua, hoje confesso sem vergonha meu eterno romance com o Mar. Por vezes gosto de imaginar que sentimento, sensação têem as pessoas que vêem o mar pela primeira vez depois de adultas. Imagino, mas jamais poderei sabê-la, pois desde "que me conheço gente" tenho memórias de mar. O mar manso do Peixe Gordo, o mar livre da Barra do Ceará, o mar piscininha de Iracema, o mar revolto das ondas do Futuro. Tantos outros visitados... E agora o mar no menor raio de distância (pra que não me ressequem as escamas), o mar de João Pessoa. E entendam, não é a praia que me chama, é o mar... Fui, voltei... Me sinto bem, muito bem!
Livros são sempre boas companhias e no caso de um encontro a três, sugiro: o Eu, um Livro e o Mar. Sempre gostei de ler, porém nunca fui muito afeita a poesia. Não as compreendia, não compreendia como as escreviam... Até que amei e percebi que não é preciso entender a poesia e preciso senti-la. Hoje as sinto melhor, mas ainda não me atrevo a fazê-las. Ainda não domino a arte de me transbordar em metáforas.
Em "O carteiro e o poeta" Pablo Neruda explicando metáforas a Mário na beira do mar, recita:
"Aqui na Ilha, o mar, e quanto mar.
Sai de si mesmo, a cada instante.
Diz que sim,que não, que não.
Diz que sim, em azul, em espuma, em galope.
Diz que não, que não.
Não pode estar quieto.
Chamo-me mar, repete pegando numa pedra sem conseguir convencê-la.
Então com sete línguas verdes, de sete tigres verdes, de sete cães verdes,
de sete mares verdes, percorre-a, beija-a,
humedece-a, e bate no peito repetindo o seu nome".
(Pablo Neruda - Poeta do mar)
Na proposta de dividir, deixo a vocês a indicação de lerem e/ou assistirem ao livro/ filme "O carteiro e o poeta" que trata de uma relação profunda que se dá entre o Poeta do Mar, Pablo Neruda e seu carteiro Mário, durante o exílio numa ilha do Chile, relação esta inteiramente perpassada de palavras e mar.
"Curioso é observar que o poeta é uma metáfora de carteiro ou vice-versa. Ambos conduzem palavras. Ambos caminham muito para chegar ao seu destino. Ambos desconhecem as mensagens que levam, seus destinatários e suas repercussões. O poeta, como o carteiro, é portador de sonhos, mas muitas vezes um destruidor de ilusões. Ambos são sempre esperados com ansiedade e festejados se trazem boas novas, ou malditos se escancaram as verdades e semeiam desilusões. Ambos vivem de provocar emoções de toda espécie nos outros" (O carteiro e/ou poeta).
É do que sinto mais saudades estando longe do meu nordeste praiano: O MAR!
ResponderExcluirNo sudeste o mar até me consola porque posso vê-lo, mas não recomendo mergulhá-lo de abril a outubro, pois as águas são geladas. Nada como a temperatura morna das águas do Nordeste, onde se pode mergulhar sem receios de um resfriado ou de uma hiportemia. São águas que lavam a alma!